Um dia desses eu estava na livraria atrás de um livro para o namorado e enquanto esperava para ser atendida, escutei o vendedor sugerir esse título à outra cliente. Ele contou um pouco sobre o livro e eu fiquei super curiosa.
Fiquei curiosa por ser um livro que se passa no Deserto do Atacama, por ser escrito por um chileno, que eu ainda não tinha ouvido falar, e por ter um título e uma capa tão diferentes. Esses dois últimos atributos são o que geralmente me fazem escolher os livros que compro.
O texto é bem singelo. Conta a história de uma família, que embora pobre e castigada pela aridez do deserto e pelos percalços da vida, como o acidente de trabalho que deixa o pai paralítico, gosta de cinema. Isso mesmo, uma família humilde que gosta muito de cinema! Uma família que apesar de todas as dificuldades (que não são poucas e não vou contar para não perder a graça), vê no cinema um importante momento de distração e cultura.
Porém, como não tem dinheiro para pagar a entrada do cinema para seus 5 filhos, o pai decide fazer um concurso para escolher entre eles o que melhor conta as histórias. Assim, um a um vai ao cinema e na volta descreve o filme ao pai e aos irmãos. Como o título do livro sugere, a filha é escolhida e a partir de então se desenrola uma simples e emocionante história.
Gostei muito do livro! Ele foi relativamente caro, pelo tamanho, mas depois de lê-lo achei o preço mais do que justo. Dentre todos os livros que comprei e li em 2012, sem dúvidas esse foi o melhor!
Sabe quando você fica feliz por ter feito alguma coisa? Então, eu fiquei feliz de ter tido a oportunidade de ler esse livro. Não sou crítica literária nem nada, mas achei o texto tão bem escrito. Até fiquei pensando de quem seria o mérito, se do escritor ou do tradutor do livro. No final das contas acho que o mérito é dos dois. Se o texto for ruim, o tradutor não conseguirá fazer milagres. Por outro lado, se o tradutor não for bom, ele consegue estragar qualquer história.
Então, eu achei o livro tão bacana que resolvi compartilhar:
A CONTADORA DE FILMES
Autor: Hernán Riviera Letelier
Tradução: Eric Nepomuceno
Editora: Cosac Naify
Páginas: 112 (Mas ele é pequeno. Tem páginas com 5 linhas de texto.)
Beijos,
Andresa
Foto: Andresa Trentini.