Em função da demanda de curiosidade sobre quando, como e por quê escrevo meus textos, resolvi desabafar. Bom, a verdade é que nem eu mesmo sei direito, o que eu sei é que eu escrevo sempre para alguém. Sempre. Para um amor, um ex-amor, um amigo, um estranho no ponto de ônibus, e, às vezes, para mim mesmo. Cazuza me explica melhor que eu quando diz: eu escrevo para não precisar falar sozinho.
Tem coisas que só entendo depois de colocar no papel e em geral o que me inspira são as pessoas e suas escolhas. Às vezes eu exagero, e me odeio por pensar e escrever “tanto”. Como um pássaro que aprendendo a voar não sai de perto do ninho e, ao dominar a arte, voa para outros céus sem nunca voltar, minhas palavras parecem que criaram um tipo de vida própria e agora voam sozinhas quando querem.
Às vezes eu vou escrever para alguém, algo bem pessoal mesmo, e eu faço o maior esforço do mundo para parecer uma pessoa normal e nunca (nunca!), consigo.
Eu não sei! Ás vezes eu só quero que a pessoa saiba que eu gosto dela e que ela é especial, só isso. Mas quando vejo lá se foram mais de 30 linhas, o que caracteriza praticamente uma biografia ou uma declaração de amor pra quem não entende de loucos. Para mim é só um texto, meu jeito de dizer. Mas esse meu exagero poético, literário e insano sempre estraga tudo. E, acreditem, um conselho para a vida é: pelo excesso se perde muito mais fácil do que pela falta!
Bethania Davies